Relatos de dor e resiliência: mãe de um jovem com dependência quÃmica publica autobiografia
Quando Tita Caldas percebeu que o filho adolescente utilizava drogas, ela não sabia o que fazer ou a quem recorrer para afastá-lo do vÃcio. Nos anos 1980, as informações sobre o assunto eram escassas, e uma famÃlia do interior de Santa Catarina tinha ainda mais dificuldades de descobrir como auxiliar um jovem com dependência quÃmica. Mesmo assim, a mãe buscou tudo que estava a seu alcance para auxiliar o menino e, quatro décadas depois do inÃcio desta jornada, decidiu compartilhar as experiências vividas no livro Drogas - O diário de uma mãe.
A obra, escrita a punho na época, chega à s estantes em um momento em que Tita se sente mais preparada para falar sobre o assunto. Tudo por uma causa nobre: acolher pessoas em situações semelhantes. Com este objetivo, expõe sentimentos Ãntimos para mostrar que as famÃlias não estão sozinhas nesta luta e, como muitos, enfrentou sentimentos de dor, culpa, raiva e frustração.
O texto reconstrói dolorosos e reais acontecimentos, diálogos, pensamentos e cartas, sem a tentativa de amenizar os traumas. Neste formato confessional, a escritora explicita caracterÃsticas comuns de pessoas com vÃcio e que estavam presentes nos hábitos do filho Daniel. As mentiras, as fugas de casa, os ciclos de melhoria e recaÃda, além do comportamento difÃcil, são alguns dos episódios relatados.
Só quem já passou pelo que nós passamos pode avaliar o que foi esse tempo em nossa vida. Se tocávamos no assunto, sofrÃamos; se não tocávamos, sofrÃamos ainda mais. SentÃamos remorso, porque não estávamos fazendo nada, mas nos sentÃamos impotentes. Já estávamos tão sofridos e decepcionados que, à s vezes, eu comentava com Paulo que estávamos mesmo era adormecidos, petrificados e, quem sabe, acostumados com o sofrimento [...] (Drogas – O diário de uma mãe, pg. 116)
Apesar disso, Drogas – O diário de uma mãe não se propõe a ser um manual de como auxiliar familiares com dependência quÃmica, mas levanta a discussão e rompe o silêncio que envolve as drogas. Com este lançamento, que faz um recorte de uma década na vida do jovem, desde a adolescência até o inÃcio da vida adulta, a autora também eterniza as lembranças do filho. Para além das dificuldades, retrata o carisma, a bondade e o respeito à famÃlia que eram intrÃnsecos da personalidade de Daniel, uma vÃtima do vÃcio.
Tita Caldas se coloca aberta a crÃticas, para que os leitores possam aprender com os acertos e erros dela. Em várias partes da narrativa, faz uma autoanálise e pondera o que deveria ter feito diferente. Ela explica: “espero que as pessoas reflitam e julguem. Quero que elas aprendam com os meus erros e que entendam a importância de lutar por um mundo melhor, sem que nunca percam a capacidade de amar”.
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