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Machado de Assis: Todavia publica coleção com 26 volumes do escritor


Publicar, de uma vez só, todos os livros que Machado de Assis escreveu e editou em vida mantendo a sua dicção: esse é o objetivo do projeto inédito realizado pela editora Todavia e pelo Itaú Cultural, que chega às livrarias no dia 25 de outubro. Neste primeiro momento, os livros que compõem a coleção só poderão ser adquiridos por meio de uma caixa especial, com tiragem limitada. A partir do primeiro semestre de 2024, os títulos serão comercializados separadamente. 

"A Todavia tem muito orgulho de fazer parte desse projeto. O projeto idealizado pelo professor Hélio de Seixas Guimarães e possibilitado pelo Itaú Cultural é sem dúvida um marco para a cultura brasileira", diz Flavio Moura, editor da Todavia. 

“É com um misto de alegria e dever que celebramos a vida e a obra de Machado de Assis. A felicidade de tornar viável esta publicação soma-se ao dever de ampliar suas possibilidades de leitura, revisitar os contextos e as contradições do seu tempo, apresentar sua presença na contemporaneidade”, diz Galiana Brasil, gestora do Núcleo de Artes Cênicas, Literatura e Música no Itaú Cultural. “Para tanto, vimos trabalhando nos campos da arte e da educação, para muito em breve, tornar pública essa experiência. É gratificante participar de um projeto como esse que culminará em uma Ocupação dedicada a Machado no mês que vem, onde também faremos o lançamento desta coleção”, completa Galiana. 

O projeto é resultado de um intenso processo de pesquisa e edição que durou quatro anos e foi desenvolvido por uma equipe de mais de 20 pessoas, entre designers, leitores críticos, preparadores, consultores, revisores técnicos, editores, etc. Da estreia, em 1861, com a peça Desencantos, ao último romance, Memorial de Aires, de 1908, a coleção reúne 25 volumes (veja a lista completa mais abaixo), em ordem cronológica,  que permitem observar o percurso de Machado até se tornar o autor de alguns dos maiores clássicos brasileiros. Há também um volume extra, Terras, testemunho de seu trabalho como servidor público, função que exerceu por mais de quarenta anos, tratando de questões cruciais para o país. Com texto estabelecido a partir de edições revistas pelo autor, apresentações inéditas para cada livro e projeto gráfico que se inspira na tipografia das edições originais, a caixa condensa um trabalho editorial de rara envergadura, ampliando as leituras possíveis de uma obra que continua a nos desafiar. 


"A coleção contém as obras-primas que Machado produziu em todos os gêneros que praticou, mas ressalta também a trajetória do escritor, pelo teatro e pela poesia, pelos contos e romances iniciais, até chegar às alturas a que chegou. Ou seja, em vez de destacar apenas os grandes resultados, a coleção ressalta também o processo", explica Hélio de Seixas Guimarães, autor do projeto, professor de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo, pesquisador do CNPq e especialista na obra do escritor. "Machado de Assis não nasceu pronto. Ele se tornou Machado de Assis contando sem dúvida com um talento, uma sensibilidade e uma inteligência raras, mas também por meio de muito trabalho, de um aperfeiçoamento e domínio crescentes das técnicas da escrita", complementa.



O leitor poderá acompanhar como aspectos importantes em sua obra (as relações e questões de gênero, classe e raça, por exemplo) se apresentam e se transformam ao longo do tempo e se fazem presentes nos vários gêneros que praticou: teatro, poesia, conto, romance, crônica e crítica. Em toda a coleção, as anotações sobre a presença da questão racial nos escritos de Machado de Assis ficaram a cargo de Paulo Dutra, professor na Universidade do Novo México (EUA) e consultor da coleção.


Todos os 26 volumes têm a ortografia atualizada, com indicação, nos aparatos críticos, das  variantes ainda admitidas na língua e registradas no "Vocabulário ortográfico da língua portuguesa" (exemplos: cousas, prescrutador, tacto, subtil). Além disso, a pontuação do escritor foi respeitada, mesmo quando soa estranha para o leitor de hoje. Isso porque ela responde muitas vezes a critérios expressivos (hesitações, ênfases, ironia etc.) e não apenas a critérios lógico-sintáticos, em grande medida estabelecidos depois que o escritor produziu e publicou seus livros. "Quisemos nos aproximar o máximo possível da dicção do escritor, que por meio do uso muito peculiar de vírgulas, pontos e vírgulas e travessões deixa implícito um ritmo de leitura muito peculiar", analisa Hélio de Seixas Guimarães.  


Projeto gráfico e tipográfico 


O projeto gráfico parte da pesquisa e do estudo tipográfico dos originais de Machado de Assis. As letras reproduzidas nas capas de cada livro (e que juntas formam a palavra MACHADO) foram extraídas das páginas de rosto de cada uma das 26 edições que deram origem aos volumes desta coleção. Foi também por meio de investigação e análise da tipografia dessas edições de base que uma nova família tipográfica foi desenvolvida e batizada de Machado Serifada, utilizada na composição de todos os volumes da coleção. A família tipográfica, desenvolvida pelo diretor de arte e designer de tipo Marconi Lima especialmente para o projeto, ecoa aspectos sintáticos dos caracteres impressos no século XIX — ao mesmo tempo em que, ao ser produzida hoje, deve também nos trazer as particularidades do desenho de fontes de nossos tempos. A cor das capas varia de acordo com o gênero de cada livro: os contos tem a capa na cor mostarda, já a poesia, vermelha. O projeto gráfico da coleção tem a assinatura de Daniel Trench. 



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